Ansiedade em período de confinamento
Nunca nos imaginámos a passar tantas horas dentro de casa.
Vivemos, hoje, um período ímpar nas nossas vidas! A complexidade do mesmo varia entre a adaptação a novas rotinas de uns, que sentem ser a traição a uma liberdade conquistada e dada por garantida ao longo das últimas décadas e, para outros, a necessidade de encontrar soluções para colmatar as consequências provocadas pela Pandemia que variam entre a perda de empregos, a dificuldade de gestão famíliar em casas muito pequenas ou a falta de margem de manobra para poderem decidir não querer estar ali, em determinados momentos.
A verdade parece ironia, mas aquilo que é assumido como "problema" para cada um, depende da respetiva realidade, das experiência de vida e mais que tudo, da perspetiva com que olhamos para a situação!
A incerteza pode ser angustiante e a sua gestão, a par com o medo, abre caminho à ansiedade natural em períodos mais críticos.
Formas simples de fechar a porta à ansiedade, em confinamento!
Com alguma certeza já lhe disseram que a ansiedade é um mecanismo de defesa do organismo. Quando temos fome recebemos essa informação internamente, quando temos sede o circuito é semelhante, quando temos medo ou nos deparamos com uma situação de maior stress, o mecanismo da ansiedade despoleta e pode provocar alguma instabilidade emocional.
Sensação de dor no peito, aceleração do ritmo cardíaco (taquicardia), dificuldade em respirar, alguma desorientação, tremor ou fraqueza são os sintomas mais comuns.
Há uma série de comportamentos muito práticos que podem ajudar a gerir a ansiedade neste período de confinamente, sendo eles:
» Mantenha rotinas ou crie novas. Quer esteja em teletrabalho ou não, é importante ter horários para levantar, para deitar e para as refeições. Mais do que isso, ter planos faz toda a diferença na forma como encaramos "mais um dia". Definir em família as refeições da semana e envolve-los nas dinâmicas da casa, incluindo momentos de lazer e alguma diversão, são hábitos importantes para assegurar um bom ambiente familiar. Afinal, muitos de nós nunca passaram tantas horas em família como agora!
» Não salte refeições. A atividade física pode ter ficado de parte (fazer círculos nos compartimentos da casa pode não ser apelativo e ir à rua deixou de ser uma opção para todos os dias). Ao negligenciar a alimentação pode parecer que estamos a "cuidar de nós", pelo menos em frente ao espelho. As consequências deste "cuidado" podem ser graves, física e psicologicamente. Por isso, mantenha as horas de refeição e opte por alimentos saudáveis e variados. Quem sabe não é uma boa oportunidade para aprender novas receitas!
» O mundo deu-lhe a oportunidade para descansar mais? Não a desperdice! Aproveite este período para repor os níveis de sono e descanso tão necessários ao nosso equilíbrio.
O sono e alimentação são os nossos melhores reguladores de humor. Faça por andar bem humorado!
» Mantenha os cuidados de higiene e apresentação. Afinal, se não for para nós que nos arranjamos, para quem será? A auto-estima está diretamente relacionada com a forma como nos vemos e como percecionamos o que os outros vêm em nós. Não precisa de perder tempo com os pormenores da cor dos sapatos, da gravata ou dos brincos, mas não passe os dias a mudar de pijama! Aproveite para voltar a vestir aquelas roupas que tinha no armário e que achou terem passado de moda. Na volta, ainda se vai divertir a reinventá-las!
» Tire tempo no seu dia para algum exercício ou relaxamento. Há imensa variedade de oferta na internet com dicas e aulas de yoga, pilates, alongamentos... ... Faça a sua própria terapia, de corpo e alma!
» Mantenha-se conectado com o mundo exterior. Ligue às pessoas que são importantes na sua vida e, sabe que mais? Ligue também às que são menos importantes! Na pior das hipóteses, elimina-as de vez da sua lista telefónica ou, quem sabe não se surpreende!